"VOCÊS NÃO TÊM FÉ?" Lucas 8.22-25

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A voz poderosa de Jesus acalma as tempestades da vida, e elas o obedecem.

Notes
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Grande ideia: A voz poderosa de Jesus acalma as tempestades da vida, e elas o obedecem.
Estrutura: Um cenário comum (vv. 22,23), uma tempestade incomum (vv. 23-24) um Jesus extraordinário (vv. 24-25).
Luiz Fernando dos Santos:
O cristianismo é antes de tudo uma pessoa, um encontro real, verdadeiro com a pessoa de Jesus Cristo. As páginas do Novo Testamento, especialmente dos Evangelhos, estão saturadas desses encontros de tirar o fôlego, encontros arrebatadores, transformadores de pecadores com Jesus Cristo.
CONECTANDO:
Lucas 8.15 (NAA)
15A parte que caiu na terra boa, estes são os que, tendo ouvido de bom e reto coração, retêm a palavra; estes frutificam com perseverança.
Lucas 8.18 (NAA)
18Portanto, vejam como vocês ouvem. Porque ao que tiver, mais será dado; e ao que não tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado.
Lucas 8.21 (NAA)
21Jesus, porém, lhes respondeu:
— Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a praticam.
Lucas 8.25 (NAA)
25Então Jesus lhes perguntou:
— Vocês não têm fé?
Eles, possuídos de temor e admiração, diziam uns aos outros:
— Quem é este que até manda nos ventos e nas ondas, e lhe obedecem?
Cenário comum. (vv. 22-23)
(a) Depois de Jesus ter terminado sua pregação tendo o barco como “púlpito” agora ele segue para “a outra margem do lago”.
Marcos 4.1 (NAA)
A parábola do semeador
Mt 13.1–9; Lc 8.4–8
4 1Jesus começou a ensinar outra vez à beira-mar. E uma numerosa multidão se reuniu em volta dele, de modo que entrou num barco, onde se assentou, afastando-se da praia. E todo o povo estava à beira-mar, na praia.
Galilee, Sea Of de The Lexham Bible Dictionary
GALILÉIA, MAR DA (θάλασσαν τῆς Γαλιλαίας, thalassan tēs Galilaias). Um grande corpo de água doce localizado abaixo das cabeceiras do rio Jordão. Mencionado 197 vezes na Bíblia.
O Mar da Galiléia também é conhecido pelos seguintes nomes:
• O Mar de Quinneroth ou “Chinneroth” (Nm 34:11; Js 12:3; 13:27)
• O Mar de Genesaré (Lucas 5:1; Josefo, Antiguidades 13)
• O Mar de Tiberíades (João 6:1; 21:1; Josefo, Guerra Judaica 3,57; 4,456)
O Mar no Novo Testamento.
O Novo Testamento enfatiza o valor histórico do Mar da Galiléia. Durante o primeiro século d.C., Herodes supostamente livrou a área de desordeiros e a repovoou com judeus. Os judeus de Jerusalém ainda desprezavam os judeus da Galiléia. O lago foi importante comercialmente e politicamente para o pano de fundo dos Evangelhos e do início do ministério de Jesus. Os Evangelhos referem-se ao Mar da Galiléia 53 vezes (48 vezes como “mar” ou “Mar da Galiléia”; cinco vezes como “lago”). Muitos outros eventos acontecem ao redor do lago. Por exemplo:
• Nas margens da Galiléia em Kursi, Jesus exorcizou demônios e os enviou a uma manada de porcos (Mt 8:28–32).
• Os discípulos que Jesus chamou para o serviço eram em sua maioria pescadores que viviam da Galiléia (Mt 4:13–22).
• Jesus pregou de um barco no Mar da Galiléia (Mt 13:2).
• Jesus ensinou na praia (Marcos 4:1–34).
• Jesus acalmou o mar (Marcos 4:35).
• Jesus voltou a cruzar a Galiléia para Cafarnaum (Marcos 5:21).
• Jesus andou sobre o lago (Marcos 6:45–53).
Eventos adicionais que ocorreram no Mar da Galiléia ou perto dele incluem:
• Jesus expulsou demônios de um homem em Gerasa, ou Gadara (Marcos 5:1–20).
• Jesus ressuscitou a filha de Jairo dos mortos (Marcos 5:21–43).
• Jesus alimentou 5.000 pessoas (provavelmente perto de Betsaida, João 6).
• A pesca milagrosa e a reativação de Pedro em Mensa Christi (João 21).
• Cura de um endemoninhado (Marcos 1:21–28).
• Cura da sogra de Pedro (Mt 8:14–15).
• Cura de um paralítico (Mt 9:2-8).
• Cura do servo do centurião (Mt 8:5–13).
Mateus 8:24–26 registra Jesus acalmando uma forte tempestade que havia surgido no Mar da Galiléia (Mt 8:24–26). As tempestades muitas vezes surgiam no lago por causa de uma característica geológica nos lados oeste e leste do lago. O Arbela e outros penhascos escarpados ficam na margem oeste, canalizando os ventos que sopram pelo lago. À medida que esses ventos atingem as colinas de Golan no lado leste, eles ricocheteiam e sopram de volta para o lago, causando tempestades e ondas.
(b) Após um dia intenso de trabalho, Jesus resolve respirar “novos ares”. Tinha sido um dia intenso de pregações sobre o Reino de Deus, compartilhando ilustrações vívidas.
Donald B. Kraybill:
Escondido na parábola do semeador está um sermão sobre a ameça de riquezas para os cidadãos do reino. A semente é a Palavra de Deus. Seu crescimento simboliza o surgimento do reino. A semente que cai entre arbustos espinhosos é sufocada. “As que caíram entre espinhos são os que ouvem, mas, ao seguirem seu caminho, são sufocados pelas preocupações, pelas riquezas e pelos prazeres desta vida, e não amadurecem” (Lc 8.14 NVI, Marcos 4.18-19 e Mateus 13.22). As sementes brotam. Há crescimento e vida nova. Porém afiados espinhos rapidamente sufocam a vitalidade. Os cuidados, riquezas e prazeres da vida sufocam as novas plantas.
Os escritores sinóticos usam a palavra “asfixiar”. A vida espiritual fica amordaçada. Brotos de frutas aparecem, mas não há colheita. Os pequenos frutos nunca amadurecem. Hoje, os cuidados, riquezas e prazeres da vida podem incluir avanço profissional, casas, casas de férias, férias de luxo, passatempos exóticos, investimentos financeiros, roupas de grife, carros de alto desempenho e muitas outras coisas. Esses prazeres da vida podem abortar o crescimento do reino. Eles nos desviam de nosso verdadeiro ministério e estragam a colheita.
(c) Gosto de pensar um pouco mais, nesse “passemos para a outra margem do lago”. Vez por outra, é importante mudarmos as nossas rotinas, mas mantermos nosso foco sempre na missão.
2. Tempestade incomum. (vv. 23-24)
(a) Um Jesus, Senhor sobre toda a criação, e mesmo assim ele adormeceu.
(b) Veio uma “tempestade de vento”: e todos “corriam perigo”.

λαιλαψ lailaps

de derivação incerta; n f

1) furacão, vento tempestuoso

2) ataque violento de vento, rajada de vento (com chuva ou neve)

2a) não uma simples rajada de vento nem uma brisa constante, mesmo que forte, mas uma tempestade com nuvens escuras que trazem trovoadas em vento furioso, com chuva em abundância, e lançando tudo em desordem

ανεμος, por outro lado, é mais forte que πνευμα; é o vento forte, freqüentemente tempestuoso

λαιλαψ é o vento intermitente, mas violento, que acompanha um chuva pesada.

(c) O desespero faz com que eles acordem a Jesus. Eles não se atentaram de que toda aquela tempestade estava na agenda de Jesus.
Hernandes Dias Lopes:
Jesus sabia da tempestade; ela estava no currículo de Jesus para aquele dia. A tempestade ajudou os discípulos a entenderem que podemos confiar em Jesus nas crises inesperadas da vida.
(d) A fala deles a Jesus foi intempestiva: “Mestre, Mestre, estamos perecendo!”.
3. Jesus extraordinário. (vv. 24-25)
(a) Mas a resposta de Jesus surpreende até mesmo aos familiarizados discípulos.
A MENSAGEM:
22-24: "Um dia, Jesus e seus discípulos entraram num barco. “Vamos atravessar o lago”, disse. E partiram. Navegavam tranquilamente, e ele dormiu. De repente, uma tempestade terrível abateu-se sobre o lago, e a água começou a entrar no barco. O naufrágio era iminente, por isso eles foram acordar Jesus: “Mestre! Nós vamos morrer!”.
Levantando-se, ele ordenou ao vento: “Silêncio!”; e disse às águas: “Acalmem-se!”. O vento e o mar lhe obedeceram. O lago ficou em plena calmaria." Sent from Bible Study
(b) Jesus “repreendeu” o vento e a fúria da água! Algum poder demoníaco estava por detrás daquele incidente.

O NT também segue a LXX 2. ao considerar a reprovação essencialmente uma prerrogativa do senhorio divino. Apenas Deus tem o poder de reprovar o Diabo (Jd 9). Jesus tem o pleno direito de reprovar (Mc 8.33; Lc 9.55; 19.39–40). Em Mc 8.30 epitimán é usado para mostrar quão severa é a sua advertência aos discípulos para que não revelem a sua messianidade naquele momento. O mesmo termo é usado para o seu senhorio quando ele ordena aos demônios que se calem em Mc 3.12. Ele demonstra um poder semelhante quando repreende e expele o espírito imundo em Mc 9.25, quando ele repreende a febre da sogra de Pedro em Lc 4.39 e quando ele reprova até mesmo as forças da natureza em Mc 4.39. Seu poder divino incondicional e sua prerrogativa são clara e fortemente mostradas por meio de epitimán.

(c) Valorizemos o tempo de calmaria: “E tudo cessou e ficou bem calmo.”

γαληνη galene

de derivação incerta; n f

1) bonança, tranqüilidade (do mar), calmaria

Como a agitação do mar era apenas o efeito do vento, era necessário remover a causa da agitação antes que o efeito cessasse. Mas quem, simplesmente dizendo: Paz, aquiete-se (Mar. 4:39) poderia fazer isso senão Deus? Uma palavra de nosso Senhor pode mudar a face da natureza e acalmar o oceano agitado, bem como restaurar a paz à alma desconsolada.
Blayney, B., Thomas Scott, e R.A. Torrey com Canne, John, Browne, The Treasury of Scripture knowledge (Londres: Samuel Bagster and Sons), II, 47
(d) Agora, virando-se para os discípulos, Jesus faz uma pergunta intrigante: “Vocês não têm fé”.
William Hendriksen: eles eram (...) “pessoas que eram tão tímidas, que não conseguiam confiar no conforto e na segurança que fluía da presença, da promessa, do poder e do amor do seu Mestre.”.
Mateus 6.30 (NAA)
30Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não fará muito mais por vocês, homens de pequena fé?
Mateus 14.29–31 (NAA)
29Jesus disse:
— Venha!
E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas e foi até Jesus. 30Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a afundar, gritou:
— Salve-me, Senhor!
31E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, o segurou e disse:
— Homem de pequena fé, por que você duvidou?
(e) E eles ainda se vêem “possuídos de temor e admiração”.

φοβεω phobeo

de 5401; TDNT - 9:189,1272; v

1) pôr em fuga pelo terror (espantar)

1a) pôr em fuga, fugir

1b) amedrontar, ficar com medo

1b1) ser surpreendido pelo medo, estar dominado pelo espanto

1b1a) do aterrorizados por sinais ou acontecimentos estranhos

1b1b) daqueles cheios de espanto

1b2) amedrontar, ficar com medo de alguém

1b3) ter medo (i.e., hesitar) de fazer algo (por medo de dano)

1c) reverenciar, venerar, tratar com deferência ou obediência reverencial

(f) O clímax:
Lucas 8.25 (NAA)
25Então Jesus lhes perguntou:
— Vocês não têm fé?
Eles, possuídos de temor e admiração, diziam uns aos outros:
— Quem é este que até manda nos ventos e nas ondas, e lhe obedecem?
Tiago 2.19 (NAA)
19Você crê que Deus é um só? Faz muito bem! Até os demônios creem e tremem.
(g) Temos ideia do que significa ser um “discípulo de Jesus”?
Marcos 8.34 (NAA)
Tome a sua cruz
Mt 16.24–28; Lc 9.23–27
34Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, Jesus lhes disse:
— Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
Jim Burns:
Falando francamente, a maioria das pessoas não quer uma vida cristã chata, enjoada, cansativa e monótona na fé. Elas estão sempre procurando por uma vida interessante, através de um pleno relacionamento com o Pai.
Mas tornar-se um discípulo de Cristo significa que devemos colocar Deus em primeiro lugar nas decisões mais importantes, e nos tornarmos um cidadão do reino de Deus.
Ser um discípulo é aprender de Jesus, seguir os seus ensinamentos e imitar o seu estilo de vida e o melhor de suas habilidades. Os discípulos de Cristo pensam com os seus pensamentos, agem como ele agiria, e vivem como se ele estivesse fisicamente presente no mundo.
E quando você realmente o segue, torna-se mais do que um servo: torna-se um verdadeiro escravo! Você foi comprado com alto preço- o próprio Deus foi pendurado numa cruz. Quando você segue a Jesus, sua vida torna-se a vida dele. Veja como Paulo descreve sua postura como discípulo do Senhor:
Gálatas 2.19–20 (NAA)
19Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; 20logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.
(h) Antes da fé se tornar algo confiável, ela precisa ser testada: nas tempestades da vida.
Os discípulos foram reprovados nesse teste, pois não se apegaram à palavra de Jesus, a qual havia declarado que atravessariam para a outra margem. Alguém disse bem fé não é crer apesar das circunstâncias, mas sim obedecer apesar dos sentimentos e consequências. Os discípulos olharam ao redor e viram o perigo; olharam para dentro de si e viram o medo; mas não olharam para o alto pela fé, portanto, não viram Deus. A fé e o medo não podem coabitar no mesmo coração.
Salmo 56.3 (NAA)
3 Quando eu ficar com medo,
hei de confiar em ti.
Isaías 12.2 (NAA)
2 Eis que Deus é a minha salvação;
confiarei e não temerei,
porque o Senhor Deus
é a minha força e o meu cântico;
ele se tornou a minha salvação.
TEOLOGANDO:
Luis Fernando dos Santos:
Quem não teve a sua vida transtornada quando recebeu a Cristo. Quem não viu todas as suas certezas e seguranças humanas serem pateticamente pulverizadas, quem não sofreu um processo doloroso, muitas vezes, de rupturas, renúncias da vida velha, não teve ainda um encontro real e verdadeiro com Jesus.
4. Outras aplicações:
(a) O que anda acontecendo com a fé dos nossos crentes? Temos testemunhado um tempo de esfriamento espiritual como em nenhuma outra época de nossa história.
Lucas 18.1–8 (NAA)
A parábola do juiz iníquo
18 1Jesus lhes contou uma parábola para mostrar que deviam orar sempre e nunca desanimar:
2— Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus, nem respeitava ninguém. 3Havia também, naquela mesma cidade, uma viúva que sempre o procurava, dizendo: “Julgue a minha causa contra o meu adversário.” 4Por algum tempo, ele não a quis atender, mas depois pensou assim: “É bem verdade que eu não temo a Deus, nem respeito ninguém. 5Porém, como esta viúva fica me incomodando, vou julgar a sua causa, para não acontecer que, por fim, venha a molestar-me.”
6Então o Senhor disse:
— Ouçam bem o que diz este juiz iníquo. 7Será que Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los? 8Digo a vocês que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando o Filho do Homem vier, será que ainda encontrará fé sobre a terra?
R. C. Sproul:
Como Abraão, somos peregrinos e forasteiros neste mundo, e procuramos uma pátria celestial, a cidade cujo arquiteto e edificador é Deus. Ainda não vimos esta cidade, mas sabemos que ela existe, e a convicção para isto é a confiança naquele que promete que isto acontecerá.
Em essência, isto é a fé. Não é crer em algo sobre Deus. É crer no próprio Deus. A fé cristã diz respeito a crer no próprio Deus. É viver por meio de toda palavra que procede da boca de Deus (Dt. 8.3; Mt. 4.4). É seguir a Deus para lugares em que nunca estivemos, em situações que nunca experimentamos, a países que nunca vimos- porque sabemos quem ele é.
(b) Agarre-se à palavra de Jesus liberada sobre a sua vida. A autoridade de Jesus é poderosa sobre as forças malignas que podem estar minando a sua fé.
Timoty Keller:
Porque eles ficaram mais apavorados com a calmaria do que com a tempestade? Porque Jesus era alguém que não se podia controlar, assim como a tempestade. Esta tinha um poder imenso- eles não puderam controlá-la. Como Jesus tinha infinitamente mais poder do que a tempestade, eles tinham ainda menos controle sobre ele.
Salmo 29.3–9 (NAA)
3 Ouve-se a voz do Senhor sobre as águas;
o Deus da glória troveja;
o Senhor está sobre as muitas águas.
4 A voz do Senhor é poderosa;
a voz do Senhor é cheia de majestade.
5 A voz do Senhor quebra os cedros;
sim, o Senhor despedaça os cedros do Líbano.
6 Ele faz o Líbano saltar como um bezerro,
e o monte Hermom pular como um boi selvagem.
7 A voz do Senhor produz chamas de fogo.
8 A voz do Senhor faz tremer o deserto;
o Senhor faz tremer o deserto de Cades.
9 A voz do Senhor faz dar cria às corças
e desnuda os bosques;
e no seu templo todos dizem: “Glória!”
Ilustr.:
O Que é Fé? Capítulo Quatro: Fortalecida pela Palavra

John Wesley, o fundador do metodismo, testemunhou que sua experiência de conversão se deu quando ele já era um clérigo ordenado. Estava em uma reunião na Rua Aldersgate, em Londres, ouvindo um sermão baseado no livro de Romanos. E, enquanto ouvia as palavras da Escritura – palavras que ouvira muitas vezes antes –, de repente ele sentiu seu coração “estranhamente aquecido”. Ele considerou esse evento como a sua conversão a Cristo.

De modo semelhante, Agostinho, enquanto levava uma vida de licenciosidade desenfreada, ouviu uma criança brincando no jardim com o refrão “Tolle lege, tolle lege”, ou seja, “Pega e lê”. Agostinho ergueu os olhos e viu um manuscrito do texto de Romanos. Quando o abriu, seus olhos caíram no texto de Romanos 13.13–14: “Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências”. A Palavra de Deus penetrou repentinamente em seu coração, e ele respondeu ao evangelho.

Em minha própria experiência de conversão, um jovem citou para mim um versículo do livro de Eclesiastes: “Estando as nuvens cheias, derramam aguaceiro sobre a terra; caindo a árvore para o sul ou para o norte, no lugar em que cair, aí ficará” (11.3). Sou talvez a única pessoa na História que foi convertida pela instrumentalidade deste versículo específico, mas a imagem de uma árvore morta no chão de uma floresta – inerte, apodrecendo, não mais produzindo fruto, sem valor – deu-me um quadro de minha vida. Vi a mim mesmo como uma árvore podre, e Deus usou esse versículo para vivificar-me para a fé salvadora.

Todas estas experiências de conversão, embora diferentes, têm uma coisa em comum – o papel da Palavra de Deus. Muitos milhares, talvez milhões, de crentes também podem testemunhar como o Espírito Santo agiu em suas vidas por meio do poder penetrante e eficaz da Palavra. As Escrituras são a chave no processo pelo qual o Espírito dá – e fortalece – a fé dos cristãos.

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